Jaqueline Silveira

Cúpula estadual intervém e costura acordo para Burmann assumir PDT

O ex-reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Paulo Burmann assumiu, no final de maio, o comando do PDT em Santa Maria no lugar do ex-vereador Marcelo Bisogno, que estava há vários anos na presidência da comissão provisória.

Isso ocorreu pela interferência da direção estadual, liderada pelo presidente Ciro Simoni, e pelo coordenador regional do PDT, Eduardo Vargas, já que havia um conflito exposto publicamente por Bisogno em entrevista à coluna do jornalista Claudemir Pereira, em abril, entre o grupo dele, do qual também faz parte a única vereadora da sigla, Luci Duartes, Tia da Moto, e o de Burmann.

– Foi feito um acordo. Está decidido. Esperamos melhorar o partido – afirmou Simoni à coluna, sobre a decisão construída com as três lideranças trabalhistas da cidade. 

O conflito se estabeleceu, principalmente, pela disputa à prefeitura no ano que vem. Burmann é um nome cotado para concorrer ao Executivo, entretanto, na entrevista à época, Bisogno afirmou que o nome do ex-reitor não era o ficha número um, uma vez que ele havia chegado agora ao partido e que havia outros nomes, como o dele, que já concorreu duas vezes, para disputar o pleito.

Mas, segundo Bisogno, “os projetos são diferentes” e não há motivo para conflitos. Nesta quarta (31) em entrevista ao Programa F5, da CDN, Burmann afirmou que a prioridade é a reestruturação do PDT na cidade.

– O projeto é nós reestruturarmos e estabelecermos um novo patamar de diálogo com toda a nossa comunidade. Esse é o único projeto que nos une”, afirmou o novo presidente do PDT. Ele reconheceu e disse ser legítimas divergências entre as correntes dentro do PDT, mas que as diferenças se dão “na estratégia” e não “no princípio”.

Sobre a disputa do próximo ano, o ex-reitor foi taxativo: “O PDT, obviamente, vai ter um candidato próprio para eleição de 2024. Não há dúvida alguma disso!”. E adiantou: “Nós não estamos discutindo nomes”. Como presidente da comissão provisória, Burmann irá conduzir a eleição para nova direção do partido, entretanto não deu prazo, uma vez que a data é definida pelo comando estadual, mas acredita que poderá ocorrer no próximo semestre.

Depois de oito anos à frente da UFSM, o ex-reitor concorreu, pela primeira vez, a um cargo eletivo nas eleições de 2022, quando disputou vaga a deputado federal. Ele fez mais de 22,7 mil votos e é o 2º suplente do PDT, desempenho reconhecido pelo comando estadual, ao indicá-lo para a equipe de transição do governo Eduardo Leite (PSDB) e, depois, para diretor-geral da Secretaria de Educação. Agora, o nomeia presidente do PDT de Santa Maria. Sem dúvida, Burmann sai mais fortalecido, ainda, e respaldado pela direção trabalhista.

Projetos diferentes, diz ex-presidente

À coluna, o ex-presidente Marcelo Bisogno disse que “foi formada uma unidade partidária”, já que os “os projetos são diferentes” em relação ao que ele e a vereadora Luci defendem e o que prega o ex-reitor. 
– O professor Paulo Burmann deixou muito claro na executiva estadual do partido que o nome dele não está colocado para nenhuma candidatura aqui na cidade em 2024. Que ele está se preparando e projetando para 2026 como candidato a deputado federal. Como eu e a vereadora Luci defendemos, aqui, uma candidatura própria à prefeitura no ano que vem em Santa Maria e, como eu fui candidato nas últimas eleições, duas vezes... Ou uma construção de uma frente nacional que a gente, hoje, está discutindo e defendendo – afirmou Bisogno.
O trabalhista destacou, ainda, que a comissão provisória foi constituída, além do presidente, por 15 membros e cada uma das lideranças – próprio Bisogno, vereadora Luci e Burmann – indicou cinco nomes. 

Conforme o ex-presidente, o ex-reitor conduzirá o processo eleitoral e Luci se colocou à disposição para presidir o PDT. Reforçou, mais uma vez, que, para o próximo ano:

– Da nossa candidatura à prefeitura ou uma construção com os nomes que nós temos aí colocados no partido para que possam estar compondo na eleição de 2024.

Ainda segundo as palavras de Bisogno, Burmann seria o concorrente a deputado federal em 2026 com o apoio de todo o PDT de Santa Maria.

Se não fosse a interferência do comando estadual e de outras lideranças trabalhistas, o partido na Boca do Monte caminhava para uma autodestruição. Contudo, a unidade costurada não reflete nas ideias de Burmann e Bisogno. 

Leitor, tire suas próprias conclusões!

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